Mariana Kupfer lança livro “Eu, Mãe e Pai” em Campinas

Em entrevista para a Z, Mariana conta quais seus desafios como mãe e revela o maior propósito de sua vida

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Mariana Kupfer é a apresentadora do canal do YouTube “AMAR – Maternidade e Amor“. Em 2009, quando pouco se falava a respeito no país, tomou a decisão de engravidar sem um companheiro através de inseminação. Após enfrentar muitos preconceitos pelo caminho, hoje ela compartilha através do livro “Eu, Mãe e Pai” a trilha já desbravada dessa escolha cada vez mais considerada.

A publicação é um guia com as mais variadas informações sobre processos, valores e questões emocionais que fazem parte da decisão da apresentadora em se tornar mãe-solo. Traz também assuntos como modelos familiares, adoção, caminhos para o diálogo com os filhos, dados estatísticos, detalhes técnicos e fundamentações feitas por médicos especialistas na área, tornando o livro uma referência completa na área da maternidade independente.

A Z Magazine conversou com a autora para saber mais sobre sua experiência. Acompanhe!

1)Você se blindou de qualquer tipo de preconceito e crítica. Mas, essa não é a realidade de muitas mulheres. Na sua opinião, qual é o maior medo que impede uma mulher escolher criar seu filho solo no Brasil e, hoje, sendo uma, qual o real obstáculo?

Não é que eu me blindei… Eu procuro sempre “focar” no bom, e no que traz alegria e força. Acho que o maior medo é justamente esse: do que os outros vão pensar, ou dizer, ou achar… Na verdade, tudo isso tanto faz, porque sempre vão julgar ou opinar, mesmo sem você ter pedido a opinião alheia, sempre vai ter alguém para dar pitaco. Sempre haverão obstáculos, seja você mãe solo, viúva, casada ou divorciada. A maternidade tem muitas rosas, mas tem seus espinhos também. Aqui em casa sou doce, educo, dou carinho e amor, mas sobretudo limites e procuro ser firme em meus argumentos. Nem sempre é fácil, a Vicky me contesta (todos os filhos fazem isso), mas com diálogo tudo vai se resolvendo.

2)Qual foi o momento crucial em que decidiu seguir a maternidade independente?

Na verdade, não teve um momento crucial, mas o desejo legítimo da maternidade sempre fez parte da minha vida…  Quando fiz 34 anos, numa consulta de rotina com meu ginecologista, dividi com ele esse desejo e ele me encaminhou pro Dr. Paulo Serafini, mestre em reprodução humana.

3)Você conta que no critério de escolha do sêmen, sua principal preocupação era com a saúde. Como chegou à decisão e quanto tempo levou?

Sim, a saúde e depois outros fatores emocionais, psicológicos e uma boa dose de intuição. Levei uns 2, 3 meses pesquisando bastante e quando eu senti algo diferente, vi que havia decidido. Realmente “entrou na minha alma”…

4) Durante a gravidez, teve momentos em que se sentiu desanimada ou sozinha? Como foi lidar com a hiperêmese granítica?

Sim, muitos mesmo. Segui firme e forte no meu propósito porque a Victoria foi muito sonhada e desejada por mim. Lidar com a hiperêmese foi das coisas mais difíceis que já enfrentei na vida toda, fora os enjoos e vômitos diários, tinha crises fortíssimas de enxaqueca e uma dor lombar proveniente de uma hérnia de disco. Ali tive a certeza de quão forte eu sou…

5) E durante os 9 anos de Victoria, quais foram os maiores desafios?

Como eu disse: educar! Educar um filho é o maior desafio da maternidade em minha opinião. Você passa a ser um guia e uma referência para seu filho, então não se trata apenas de dialogar, exercitar limites e o “não”… Trata-se também em ser um bom exemplo. Crianças são esponjas. O que eles veem, eles repetem!

6) Como lida com esse assunto com Victoria?

Com amor, diálogo, afeto e bons exemplos…

7) E como surgiu a ideia de escrever o livro? Qual seu capítulo favorito?

Quando comecei com o programa “Amar”, sabia que ali havia encontrado meu propósito de vida, mas ainda faltava algo, sabe? Eram tantas mensagens que chegavam: emails, inbox nas redes sociais, de mulheres maravilhosas Brasil afora, cheia de dúvidas das mais diversas… Eu procurava responder todo mundo, mas chegou uma hora em que achei que dava uma ótima compilação e assim a ideia do livro foi nascendo. Além de revisitar minha historia toda, tem números atualizados, é um guia mesmo para as novas famílias que estão surgindo. Amo o livro todo, é meu xodó!

8) Qual a maior lição de toda sua história?

Que o amor prevalece, não importa qual seja seu modelo de maternidade. Poder ter dado a vida à Vicky é meu maior feito até hoje!

Serviço:

Lançamento do livro “Eu, Mãe E Pai – A Maternidade Independente Como Escolha” de Mariana Kupfer.
Data: 28 de maio, terça-feira, das 18h às 20h
Local: Livraria Cultura, no primeiro piso do Shopping Center Iguatemi Campinas.

Foto: Rachel Guedes